O reto é a parte final do tubo digestivo que continua o cólon (intestino grosso) e acaba no ânus. A função do reto é armazenar as fezes, absorvendo água, tornando-as mais consistentes.
Existem diferentes tipos de cancro do reto. A maioria desenvolve-se a partir de células que revestem o reto: são os adenocarcinomas.
Alguns casos não podem ser completamente curados, mas é possível aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos doentes.
Tratamento
As opções terapêuticas para o cancro do reto dependem de vários fatores, mas podem incluir quimioterapia, radioterapia, cirurgia e técnicas endoscópicas.
O tratamento pode iniciar-se por cirurgia, quimioradioterapia ou radioterapia, consoante a localização e o estadio do tumor. Se este desaparecer com a radioterapia ou se todo o tecido invadido for removido durante a cirurgia, o tratamento pode ser curativo.
A cirurgia é efetuada através de uma incisão mediana (laparotomia) ou através de quatro pequenas incisões (laparoscopia) no abdómen.
A cirurgia para remover a totalidade ou parte do reto é denominada de ressecção do reto.
Na ressecção anterior alta do reto é removido o cólon sigmóideo e a porção superior do reto.
Na ressecção anterior baixa do reto é removido o cólon sigmóideo e a totalidade do reto.
Habitualmente, no final da ressecção, as porções restantes do intestino são novamente ligadas (anastomose).
Poderá também ser necessário realizar um estoma (orifício) para eliminação das fezes e dos gases. Pode ser uma ileostomia (se for no intestino delgado) ou uma colostomia (se for no cólon).
O estoma pode ser temporário ou definitivo, mas será sempre acompanhado por profissionais da consulta de estomaterapia existente no IPO.
Nos casos em que o tumor é muito baixo (muito perto do canal anal ou no próprio canal anal) terá de ser realizada uma cirurgia chamada ressecção abdomino-perineal. Neste caso, o ânus é encerrado e faz-se um estoma definitivo.
Nalguns casos, devido à localização do tumor, poderá ser necessário remover parte da vagina e/ou do útero e ovários, no caso da mulher, ou a próstata, no homem.
Por vezes, a decisão sobre o tipo de cirurgia só pode ser tomada durante a operação.
O seu novo tubo digestivo terá um funcionamento parecido com o normal, mas poderá ter dejeções mais frequentes.
A alimentação deverá ser variada e adaptada à nova condição.
O período de internamento varia entre 4 e 7 dias, mas pode ser mais demorado. Quando o intestino demora a começar a funcionar, poderá ter de receber nutrição por uma veia até que possa comer e beber normalmente.
Complicações
Como qualquer cirurgia, a colectomia comporta o risco de algumas complicações:
Pós-operatório imediato
- Íleos (trânsito intestinal lento ou parado)
- Hemorragia
- Infeções
- Deiscência da anastomose (fuga no local de ligação do tubo digestivo)
- Evisceração (abertura da sutura da parede abdominal)
Pós-operatório tardio
- Hérnia incisional abdominal, da colostomia ou perineal
- Disfunção urinária
- Disfunção sexual
- Disfunção intestinal
As infeções podem, geralmente, ser tratadas com antibióticos, mas algumas complicações podem necessitar de outra cirurgia.
Prognóstico
A sobrevivência dos doentes com cancro do reto depende do estadio em que a doença é diagnosticada e tratada. Os números demonstram que a maioria dos doentes estão vivos passados cinco anos.
O IPO Lisboa é Centro de Referência para o tratamento do cancro do reto.