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Mário Lopes, Enfermeiro no IPO Lisboa

“O nosso compromisso é com os doentes e com as famílias”

Quando se fala de oncologia, muita coisa surge na nossa mente, associada ao próprio termo e, inevitavelmente, ao percurso da doença e às suas possíveis consequências. Isto ocorre não só devido à formação que temos (sejamos enfermeiros ou qualquer outro profissional das vastas equipas multidisciplinares que exercem na área), mas também devido à enorme probabilidade de conhecermos, na nossa vida pessoal, alguém que que já teve a infelicidade de ser confrontado com esta doença, tão comum nos dias atuais: o cancro. Por tudo isto, nós, profissionais de saúde da área de oncologia, temos um papel essencial na ajuda aos outros, pois a visão de profissional associada à de doente ou de familiar dá-nos uma responsabilidade ainda maior.

 

Na ajuda aos que nos chegam, de variadas faixas etárias, áreas geográficas e níveis socioculturais, o enfermeiro, que se espera seja um ser empático, humano e com vasto conhecimento técnico e científico, ganha um papel fundamental em todo o percurso do doente na área de oncologia. Afinal, o medo e a insegurança estão presentes no doente e na sua família desde o diagnóstico, passando por todo o eventual tratamento até às situações menos felizes de morte e luto. Qualquer que seja o percurso de cada doente, merecerá sempre o maior respeito e dedicação nos seus cuidados e ninguém melhor o saberá fazer do que o enfermeiro.

 

Ser enfermeiro em oncologia não é ser especial. Ser enfermeiro em oncologia é saber cuidar de alguém tendo sempre presente que a nossa capacidade de gerar empatia, segurança, conforto e apoio ao outro é a nossa maior arma diante da fragilidade. Estamos na linha da frente de uma guerra, onde o doente é a nossa prioridade e o ganho na sua qualidade de vida é sucesso.

 

Quando, no momento da alta para o domicilio ou, também, nos últimos momentos de vida, um doente nos agradece com o olhar cheio de história e de paz, com lágrimas de gratidão pelos cuidados, pela palavra certa, pelo toque na sua mão quando mais ninguém o poderia fazer, então aí sabemos que estamos onde temos de estar e que fomos, sem nunca o termos sido, o pai/mãe ou filho/filha, o neto/neta ou avô/avó, o sobrinho/sobrinha ou tio/tia, etc. que aquele doente, em algum momento, não teve. É esta ligação, esta capacidade e honra de estar onde e quando somos precisos que faz da enfermagem uma profissão de excelência.
Esta é uma área muito exigente, em constante evolução técnica e científica, que motiva e obriga os profissionais a uma atualização permanente de conhecimentos.

 

Por tudo isto, aqui, no IPO Lisboa, um centro de referência no tratamento de doentes oncológicos, nós, enfermeiros, temos e teremos sempre um papel essencial na trajetória dos nossos utentes. O nosso compromisso com eles e com as suas famílias é enorme. Devemos-lhes e oferecemos-lhes os melhores cuidados possíveis, na certeza de que a evolução científica dos tratamentos nunca está dissociada da entrega e da dedicação humana dos enfermeiros. Uma marca que sempre fez e continuará a fazer a diferença naquela que é a nossa principal função: cuidar.

 

Estamos cá para cuidar