Quando se fala de oncologia, muita coisa surge na nossa mente, associada ao próprio termo e, inevitavelmente, ao percurso da doença e às suas possíveis consequências. Isto ocorre não só devido à formação que temos (sejamos enfermeiros ou qualquer outro profissional das vastas equipas multidisciplinares que exercem na área), mas também devido à enorme probabilidade de conhecermos, na nossa vida pessoal, alguém que que já teve a infelicidade de ser confrontado com esta doença, tão comum nos dias atuais: o cancro. Por tudo isto, nós, profissionais de saúde da área de oncologia, temos um papel essencial na ajuda aos outros, pois a visão de profissional associada à de doente ou de familiar dá-nos uma responsabilidade ainda maior.
Na ajuda aos que nos chegam, de variadas faixas etárias, áreas geográficas e níveis socioculturais, o enfermeiro, que se espera seja um ser empático, humano e com vasto conhecimento técnico e científico, ganha um papel fundamental em todo o percurso do doente na área de oncologia. Afinal, o medo e a insegurança estão presentes no doente e na sua família desde o diagnóstico, passando por todo o eventual tratamento até às situações menos felizes de morte e luto. Qualquer que seja o percurso de cada doente, merecerá sempre o maior respeito e dedicação nos seus cuidados e ninguém melhor o saberá fazer do que o enfermeiro.
Ser enfermeiro em oncologia não é ser especial. Ser enfermeiro em oncologia é saber cuidar de alguém tendo sempre presente que a nossa capacidade de gerar empatia, segurança, conforto e apoio ao outro é a nossa maior arma diante da fragilidade. Estamos na linha da frente de uma guerra, onde o doente é a nossa prioridade e o ganho na sua qualidade de vida é sucesso.