09 de Janeiro 2020
Entre 13 e 15 de janeiro, especialistas nacionais e internacionais em proteção radiológica reúnem-se no IPO Lisboa para debater a aplicação das radiações ionizantes na área médica. Uma organização da Agência de Energia Nuclear da OCDE em colaboração com o IPO.
Nos próximos dias 13, 14 e 15 de janeiro, o IPO Lisboa acolhe o «NEA Workshop on Optimisation: Rethinking the Art of Reasonable», da Agência de Energia Nuclear (AEN) da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), que reúne em Lisboa peritos em proteção radiológica e radiações ionizantes de todo o mundo. Entre os especialistas presentes estará William Magwood IV, diretor executivo da AEN.
O encontro foi organizado pelo Comité de Proteção Radiológica e Saúde Pública da AEN da OCDE, com o apoio de José Venâncio, diretor do Serviço de Radiologia do IPO Lisboa, e de Pedro Vaz, professor e investigador do Centro de Ciências e Tecnologias Nucleares do Instituto Superior Técnico.
Desde a descoberta dos Raios X por Roentgen, em 1895, que as radiações ionizantes são usadas em medicina, com grandes benefícios para as pessoas tanto no diagnóstico como no tratamento de diversas doenças. Porém, a sua aplicação incorreta pode se prejudicial.
A exposição à radiação é regulamentada por legislação internacional muito exigente (Diretiva 2013/59 Euratom, já transposta para a legislação portuguesa), que assenta em três princípios fundamentais: a justificação, a otimização e o controlo da dose.
Segundo José Venâncio, quando se decide a realização de um exame, «além do conhecimento dos riscos radiológicos, deve-se estar ciente da sua adequação (justificação) e do melhor modo de execução (otimização). Quanto ao limite de dose, na medicina não se aplica. Devemos antes ter presentes os níveis de referência no diagnóstico, principalmente nos exames de tomografia computorizada (TAC) e radiologia de intervenção. Neste workshop, vamos debater a aplicação e implementação do princípio da otimização do ponto de vista técnico e científico e principalmente a regulação.»
O médico e diretor do Serviço de Radiologia do IPO Lisboa diz que «a proteção radiológica tem como objetivo evitar a exposição indevida das pessoas a radiações ionizantes e é uma componente chave na radiologia e na medicina moderna, permitindo a utilização segura das radiações para aplicações médicas. Sabe-se que as doses de radiação para os doentes e profissionais podem, na maior parte das vezes, ser reduzidas sem comprometer o diagnóstico.»
O workshop «Optimisation: Rethinking the Art of Reasonable» reúne em Lisboa alguns dos maiores especialistas nacionais e internacionais em radiações ionizantes e conta com o suporte científico da Agência de Energia Nuclear da OCDE.