Em Portugal, o cancro do pulmão é a principal causa de morte por doença oncológica, de acordo com o relatório da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) sobre os Perfis Nacionais de Cancro 2023, que assinala o tabagismo como um dos principais fatores de risco. Os novos produtos, como o tabaco aquecido e os cigarros eletrónicos, não são menos nocivos que os cigarros e podem igualmente prejudicar a saúde pulmonar.
“Todo o tipo de tabaco é prejudicial para a saúde de quem fuma e dos que estão próximos, além de afetar indiretamente todas as pessoas pela poluição ambiental que causa. Vale sempre a pena deixar de fumar. Os primeiros benefícios para a saúde e o bem-estar são quase imediatos. E o risco de cancro do pulmão, aquele que demora mais tempo a normalizar, passa a ser igual ao dos não fumadores após 20 anos sem fumar”, explica Teresa Almodovar, Diretora do Serviço de Pneumologia do IPO Lisboa.
Há 21 anos que é disponibiliza uma Consulta de Cessação tabágica aos doentes e familiares que desejem deixar de fumar e necessitem de ajuda ou orientação. Os dadores de sangue, os voluntários e os colaboradores do Instituto também têm acesso.
Segundo a médica Dina Matias, responsável por esta consulta, no ano passado 864 pessoas recorreram a este serviço, das quais, 125 foram primeiras vezes.
E como funciona para doentes fumadores internados? São apoiados pelos médicos assistentes no internamento, que se articulam com os clínicos envolvidos na cessação tabágica do Serviço de Pneumologia quando necessário. Também “é prescrita terapêutica de substituição nicotínica no caso de haver sintomas de privação”.
Para a Diretora do serviço é fundamental estarem atentos aos sintomas, como a tosse persistente ou agravada, tosse com sangue, dor no peito ou nas costas, dificuldade em respirar, cansaço e emagrecimento. Um diagnóstico precoce faz a diferença, por isso, deve pedir ajuda a um médico e realizar os exames adequados.
Quando o cancro está numa fase inicial e limitado ao pulmão, a taxa de sobrevivência aos cinco anos varia entre os 90 e 75%. A sobrevivência diminui drasticamente para 5%, se a doença é diagnosticada em estádios avançados.