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20 de Fevereiro 2020

Cancro familiar: novos genes identificados

Investigadores do IPO Lisboa identificaram novas alterações genéticas em alguns tipos de cancro familiar. Os dados poderão vir a ter implicações na prevenção, no diagnóstico genético, na vigilância e no tratamento do cancro hereditário. Resultados apresentados no dia 6 de março.

Durante seis anos, seis equipas de investigação do Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil (IPO Lisboa) dedicaram-se ao estudo e investigação de novos genes e de alterações genéticas responsáveis por alguns tipos de cancro familiar e individual. Os resultados do estudo «Risco de Cancro Familiar e Individual – Identificação de Novos Genes» serão apresentados no dia 6 de março, a partir das 9h00, no anfiteatro do Instituto.

«A identificação de novas alterações genéticas envolvidas na predisposição para o cancro em famílias com elevada prevalência de tumores e a caracterização das alterações moleculares dos tumores têm uma crescente utilidade na clínica», diz Branca Limón Cavaco, coordenadora da Unidade de Investigação e Patobiologia Molecular (UIPM) IPO Lisboa.

«Neste estudo de suscetibilidade familiar e individual procuramos identificar novos genes e mutações responsáveis por formas de cancro com evidente agregação familiar, mas sem alteração genética subjacente reconhecida. No grupo de tumores estudados – cólon e reto, tiróide, próstata, ovário, melanoma e tumores hematológicos – caracterizámos aspetos clínicos, moleculares e celulares subjacentes à doença oncológica que representam um avanço no conhecimento da patobiologia e que poderão vir a ter impacto no diagnóstico genético e nos protocolos de vigilância clínica e de prevenção do cancro nas famílias, mas também na decisão terapêutica», acrescenta a investigadora e líder do projeto.

Este estudo só foi possível graças à utilização da tecnologia de sequenciação mais avançada – a sequenciação de nova geração – que está disponível no IPO Lisboa.

Como em todos os projetos científicos bem-sucedidos, «também este abre novas linhas de investigação, às quais é importante dar continuidade de forma a melhorar a prática clínica na área da oncologia.»

O projeto «Risco de Cancro Familiar e Individual – Identificação de Novos Genes» foi desenvolvido entre 2013 e 2019, envolveu vários grupos de investigação do IPO Lisboa e foi co- financiado pelo próprio IPO, pela Liga Portuguesa Contra o Cancro – Núcleo Regional do Sul e pela TVI – Televisão Independente.

A UIPM tem uma equipa de cerca de 30 investigadores (biólogos, bioquímicos, médicos e outros técnicos de saúde) que se dedicam à investigação básica e de translação em oncobiologia, diagnóstico molecular de cancro hereditário e caracterização de marcadores tumorais e que trabalham em estreita articulação com a clínica.

Consulte o programa.