O esófago é a parte do tubo digestivo (em forma de canal) que transporta os alimentos da boca até ao estômago. O principal sintoma do cancro do esófago é a dificuldade em engolir, o que origina quase sempre uma perda de peso importante. Este tumor é muitas vezes diagnosticado tardiamente.
Os dois tipos de cancro do esófago mais frequentes são o carcinoma pavimento-celular e o adenocarcinoma.
A Cirurgia
A cirurgia para remover a porção do esófago onde se localiza o cancro é a esofagectomia.
No final da cirurgia, a porção restante do esófago é novamente ligada ao estômago, que é puxado para dentro do tórax e transformado num tubo, mantendo assim a continuidade do tubo digestivo.
O novo tubo digestivo terá um funcionamento próximo do normal.
A seguir à esofagectomia, o doente poderá comer normalmente, mas deverá ter o cuidado de ingerir porções mais pequenas e mais frequentes (recomendam-se seis a oito porções por dia) .
Tratamento
O tratamento do cancro do esófago pode exigir o envolvimento de diferentes modalidades terapêuticas.
Na maioria dos casos, primeiro é necessário fazer quimioterapia e radioterapia para diminuir o volume do tumor e, depois, faz-se cirurgia.
Em situações de doença mais avançada, usam-se tratamentos com quimioterapia, radioterapia e técnicas endoscópicas para alívio dos sintomas.
Esofagectomia
A esofagectomia é uma grande cirurgia. Por isso, a recuperação do pós-operatório é rigorosa e pode exigir internamento temporário em unidade de cuidados intensivos.
Na cirurgia é colocado um tubo de alimentação direta para o intestino (jejunostomia), o que permite receber nutrientes nos primeiros dias até que possa comer e beber pela boca.
Geralmente, o doente tem alta para o domicílio passados nove dias. Caso surja alguma complicação cirúrgica, o internamento poderá ser mais longo.
Complicações
Como em qualquer cirurgia, a esofagectomia comporta o risco de algumas complicações:
Pós-operatório imediato
- Hemorragia
- Infeções
- Deiscências (orifício no local onde o esófago foi ligado ao tubo digestivo)
Pós-operatório tardio
- Estenoses (apertos no esófago que tornam difícil a passagem dos alimentos)
- Obstrução intestinal
- Perda de peso, vómitos e diarreia
- As infeções são tratadas com antibióticos, mas algumas complicações podem necessitar de outra cirurgia.
Prognóstico
A sobrevivência dos doentes com cancro do esófago depende do estadio em que a doença é diagnosticada e tratada. Os números demonstram que cerca de oitenta por cento dos doentes submetidos a esofagectomia por cancro do esófago em fase inicial (estadio I) estão vivos passados cinco anos.
O IPO Lisboa é Centro de Referência para o Cancro do Esófago